domingo, 25 de março de 2012
O maior sonho.
Voltando no bus cheio as 6 da tarde. Viajando em uma aula cansativa. Ficando sem nada pra fazer no trabalho. Dando uma caminhada pela rua. Pensamos na vida. Mentalizamos nossos sonhos mais profundos, nossas grandes metas, nossos mais incontrolaveis desejos. Qualquer pessoa precisa ser sozinha. E o verbo ser, não traduz um trajeto linear e constante. O ser humano precisa querer. Sem o querer, não há sonho. E o querer só revela a sua mais pura forma, quando estamos sozinhos, entre sorrisos de alma ou gritos mudos por socorro. Depois disso, o querer precisa estar ligado a liberdade, a expressão, a revolta. Entao, temos a canção gritada, a canção sussurrada, a canção gargalhada e a canção chorada. Os desenhos nas mesas do colégio, esquerdas perfeitas e cavadas, o boneco de palitinho saindo do tubo. O sol se pondo e as pessoas indo e vindo.
O ideal de sonho? Não sei ao certo... Talvez um lugar. Não digo que seja o melhor lugar do mundo, mas um lugar diferente. Aprender coisas que nunca imaginaria. Conhecer lugares que jamais imaginei que existiriam. Aprender a falar de novo. Ouvir o eco do outro lado da Terra, que demora anos até chegar aos ouvidos. Agora eu posso ouvir. Extraordinário som que soa lentamente e não haverá de acabar tão cedo. O som do planeta.
Fico abobado com a beleza das praias, com a organização da cidade, com a facilidade para tudo, com a força das ondas de Manly. Mas isso eu já sabia muito antes de chegar aqui. Muito mais do que isso, carrego na mente produtos de um vôo cansativo (produtos da mente, não dos free shops). Carrego o cumprimento do vendedor de coxinhas, que disse que o garrincha foi o best player do Brasil, e que o pele foi only the best scorer. Carrego as caretas e risadas da menininha australiana do barco. Das aves doidas fazendo sons estranhos e brigando pelos restos de comida nas mesas dos restaurantes, e todo mundo achando normal. Da primeira direita em Manly, rindo como uma criança. Do cara australiano no mar, que de santa, só conhecia as ondas de Florianópolis. Da caverna no morro. Do apartamento em rockdale. Dos poloneses, da Chile Girl, da italiana e do russo. De tocar ai se eu te pego a pedido de pessoas de outros países, que de música brasileira, só conhecem essa, de tocar musicas populares russas que falam coisas como "cagada". Da educação do cara da estação de trem, me ajudando com o cartão estragado. De tudo o que torna as coisas melhores do que eu imaginava que seriam.
Escrevo de um lugar incrível e único, assim como o lugar de onde eu venho. Claro que com peculiaridades diferentes, mas lá eu já era muito feliz. O prazer está nas diferenças. Diferenças de opinião, de cultura, de piadas, de musicas, de ondas, de influencias. As influencias são as surpresas. Realizar um sonho? Ja ta realizado. Já estou na australia. Viver o sonho é que alimenta a bagagem ilimitada do coração e da mente. Com espaco suficiente para abrigar milhares de novas influencias, mas manter tudo o que ali ja estava intacto. Diferente, mas o mesmo. Aí se vai a primeira semana e a alegria já é imensa. Mas ainda tem um tempinho pra descobrir mais um pouco...
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